xilogravura medieval Recentemente, recebemos aqui na caixa postal da Revista Questão de Ciência algumas perguntas sobre pessoas que reconhecem ou se lembram de coisas com que, aparentemente, jamais tiveram contato: expressões numa língua estrangeira, obras de arte que nunca viram antes, eventos que ocorreram enquanto estavam dormindo ou em coma, eventos de “vidas passadas”. Esse tipo de pergunta é difícil de responder de modo genérico porque, no fim, cada caso é um caso: circunstâncias individuais variam bastante, e a explicação que se aplica a uma ocorrência pode ser terrivelmente inadequada em outras. Tendo dito isso, nunca é demais chamar atenção para a grande maleabilidade da memória humana. Nossas lembranças não funcionam como registros num disco de computador ou pendrive, que grava tudo e reproduz cópias exatas do conteúdo armazenado quantas vezes forem necessárias. Memórias são reconstruídas, de novo e de novo, cada vez que nos lembramos de um evento. Muitas vezes, inform