Vejo o projeto de redução da Humanidade nas ações da extrema direita no mundo
Por Jacinto Pereira
Grifo
meu: Não é de hoje que eu me preocupo com esse assunto de redução da
População Humana na Terra. Venho procurando respostas do porquê desse
objetivo de selecionar os habitantes desse planeta em favor de uma
suposta raça mais inteligente e mais pura. Isto em detrimento das
camadas mais pobres, supostamente inferiores e impuras. Para isso já
pesquisei em publicações de algumas ordens iniciáticas e em documentos
já traduzidos deixados por povos mais antigos de nossa história, como os
egípcios, indianos e sumérios. Cada vez mais tenho a impressão de que
esse projeto não é obra só dos gananciosos supremacistas de nossa
sociedade. Desconfio que alguém mais está envolvido nisso com a intenção
de preparar nosso planeta para deixá-lo nas condições adequadas para
alguém que está chegando de outros orbes.
Foto de perfil de Bruna Frascolla
Monumento ambientalista.
As pedras da Geórgia simbolizam um combate perpétuo ao humano
Por Bruna Frascolla
08/08/2022 14:54
Pedras da Geórgia
As pedras da Geórgia, em Elbert, Geórgia (EUA). Foto de 2011.| Foto: Bigstock
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Mês
passado, os confins mais obscuros do Twitter e do Telegram estavam
falando da queda das pedras da Geórgia, com imagens de um mini
Stonehenge. Eu pensei que se tratava de algum monumento ancestral do
Leste europeu, mas não: é a Geórgia dos Estados Unidos, e o monumento
foi inaugurado em 22 de março de 1980. As partes mais vistosas que
compõem o monumento são as quatro tábuas gigantes com dez mandamentos
escritos em oito línguas. Eis os dez mandamentos, escritos em inglês,
espanhol, suaíli, indiano, hebraico, árabe, chinês e russo:
Manter a humanidade abaixo dos 500.000.000, em perpétuo equilíbrio com a natureza.
Guiar a reprodução com sabedoria – aprimorando a adequação (fitness) e diversidade.
Unir a humanidade com uma nova língua viva.
Governar a paixão – a fé – a tradição – e todas as coisas com a razão temperada.
Proteger os povos e nações com leis e cortes justas.
Deixar todas as nações governarem internamente, legando disputas externas a uma corte mundial.
Evitar leis mesquinhas e burocratas inúteis.
Equilibrar direitos individuais com deveres sociais.
Premiar a verdade – a beleza – o amor – buscando harmonia com o infinito.
Não ser um câncer na Terra – Deixar espaço para a natureza – Deixar espaço para a natureza.
Traduzi
do inglês, mantendo a pontuação idiossincrática. O monumento tem mais
umas inscrições em línguas mortas, orifícios para marcar eventos
astronômicos, instruções incompletas para abrir uma cápsula do tempo…
Quanto à sua autoria e financiamento, informa: quem fez foi “R. C.
Christian (um pseudônimo)”, e quem bancou foi “um pequeno grupo de
americanos que buscam a Idade da Razão”.
Sem dúvidas, o monumento
foi financiado por um bando de malucos pretensiosos. Malucos
pretensiosos não raro causam estrago – os nazistas eram malucos
pretensiosos, os comunistas eram malucos pretensiosos. Mas se os
nazistas e os comunistas diziam que queriam acabar com uma parcela da
humanidade, é muito duvidoso que quisessem acabar com uma parcela tão
grande e manter o resto sob coação. Os marxistas queriam que o
proletariado reinasse, e o proletariado é numeroso. Os nazistas, mesmo
que porventura quisessem matar todo não-alemão (o que não é verdade),
pretendiam usar os terrenos da Rússia como Espaço Vital a ser ocupado
pela raça ariana, que se multiplicaria ali indefinidamente. Não é
exagero, portanto, dizer que as pedras da Geórgia pregam algo que vai
além do genocídio: é um combate perpétuo ao humano, independentemente de
considerações morais, raciais e econômicas.
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O
número mágico de meio bilhão de habitantes é coisa de ambientalista. Em
seu breve resumo histórico do ambientalismo malthusiano, intitulado O
Reich Verde: Do aquecimento global à tirania verde (Armada, 2021), Drieu
Godefridi atribui à obra The Population Bomb (1968), de Paul Ehrlich, o
número mágico. Segundo ele, “podemos encontrar seu desenfreado
antihumanismo no ambientalismo contemporâneo, que tem vontade de reduzir
a população humana a uma pequena fração do que é [Ehrlich falava em 500
milhões], uma redução drástica que seria a solução final para o
problema ecológico e até mesmo a ideia de instituir um Imposto
Internacional de Sobrevivência, pago por países desenvolvidos e
recolhido pelas Nações Unidas, porque ‘homens e nações aprenderam como
somos dependentes uns dos outros e da saúde da nossa pequena espaçonave
chamada Terra’” (p. 32).
De fato, não há surpresas portanto
quanto ao fato de os mandamentos serem voltados à preservação da
natureza – natureza esta que curiosamente exclui o homem.
Se
alguém pichasse uma suástica, sem dúvidas haveria esforços para
descobrir o autor da pichação. Já a autoria desse monumento apologista
de genocídio permaneceu um mistério por décadas.
Em 2015, o
diretor Christian Pinto fez um documentário intitulado Dark Clouds over
Elberton com a finalidade de descobrir a autoria do monumento. No fim
das contas, a única pessoa que interagira de maneira mais próxima com R.
C. Christian era o banqueiro encarregado de fazer as transações entre
os artesãos e os pagadores. O banqueiro, já velhinho, gostava muito de
R. C. Christian, jurava que era um cristão e alguém desejável em
qualquer comunidade – e não um satanista, como diziam os moradores
locais. Por isso, estava comprometido a levar o segredo de sua
identidade para o túmulo. No entanto, mediante as insistências do
documentarista, ele aceitara fazer uma pequena concessão: apenas abrir a
caixa de papéis referentes à construção do monumento, sem se
comprometer a abrir envelope nenhum. O velhinho despejou os envelopes no
chão, o documentarista filmou o ato e investigou os endereços.
Outra
fonte para pistas foi o livro que R. C. Christian publicou em 1986,
para dar esclarecimentos relativos aos seus mandamentos. No mais, a
empreiteira manteve papéis da época da construção do monumento e à
compra do terreno, o que inclui cartas de R. C. Christian.
Somando-se
tudo, o documentarista chegou às pessoas de Robert Merryman – que
publicou o livro – e Herbert H. Kersten. Este último seria o R. C.
Christian que visitara a cidade e tratara pessoalmente da construção do
monumento. Kersten em alguma língua nórdica antiga significaria cristão
(em inglês, Christian), e o pseudônimo acaba sendo a fusão do nome da
dupla de amigos.
Kersten era médico e inventor, mas fez constar
em sua lápide duas qualificações: médico e conservacionista, ou seja,
ambientalista.
Mais americanos
De posse da identidade de
Kersten, o documentarista pôde ir à cidade natal do inventor, Fort
Dodge, procurar maiores informações na biblioteca local, bem como
conversar com historiadores e conhecidos. A cidade tem hoje menos de 30
mil habitantes, o que quer dizer que todo o mundo se conhece. Logo
souberam ainda que Kersten se considerava um arquiteto; além disso,
encontraram um artigo em que o médico defendia que controle populacional
era então o “problema de saúde” mais urgente, já que a população em
breve levaria à exaustão de recursos naturais e estava poluindo demais. O
problema seria resolvido com “educação” e contraceptivos.
Paradoxalmente, Kersten era católico e deixou uma grande herança para a
Igreja após a sua morte.
Na verdade, Kersten era um paradoxo
ambulante, pois todos sabiam de sua concomitante adesão à Igreja e à
contracepção, bem como por sua admiração pessoal por Shockley, um
cientista que ganhou o Nobel, praticamente fundou o Vale do Silício,
acreditava na superioridade ariana e defendia a redução populacional por
meio da esterilização remunerada de quem tivesse um QI inferior a 100.
Além disso, segundo o próprio Kersten contara, Shockley acreditava que
ele conseguiria provar que os europeus nórdicos são a raça superior.
Também nisso, é claro, estava em contradição com a Igreja.
No
mais, Kersten era um notório supremacista branco. Chegou a enviar carta
para jornal de outro estado defendendo David Duke, um ex-líder do Ku
Klux Klan. O colunista criticado por ele respondera em público, e a
alegação do médico era que David Duke era um dos poucos que conheciam o
verdadeiro interesse dos EUA, e dá voz às crenças dos americanos
racionais (reasonable). E David Duke, a seu turno, tem um livro
autobiográfico no qual revela que Shockley era seu amigo.
É
possível, portanto, que os ambientalistas que construíram o monumento da
Geórgia sejam um círculo supremacista branco em cujo centro está
William Shockley, o inventor do semicondutor, o cientista e engenheiro
elétrico que deu origem à indústria tecnológica do Vale do Silício.
Dúvida que fica
Não
há mistério quanto à escolha do local para a construção do monumento.
Elberton, da Geórgia, é um local famoso pela qualidade do seu granito e
da perícia dos artesãos em trabalhar a pedra. Convenhamos que é muito
mais difícil contratar um empreiteiro numa cidadezinha para fazer uma
obra excêntrica e cara anonimamente do que pichar uma suástica no meio
da rua. As pedras da Geórgia atiçam a curiosidade de teóricos da
conspiração há décadas e, é bom frisar, defendem a redução da humanidade
a uma fração daquilo que era já na década de 80. Como foi preciso
esperar 35 anos para um documentarista descobrir essas coisas? O mínimo
necessário para tal coisa é a aceitabilidade social do genocídio, desde
que se apresente sob a capa do ambientalismo ou da ciência. No mínimo é
isso; no máximo – falemos enquanto ninguém criminaliza “teorias
conspiratórias” – a elite do Vale do Silício, essa mesma que empurra o
identitarismo e ambientalismo neomalthusiano goela abaixo, continua
apitando até hoje, com o mesmo ideário de Shockley e seus pupilos.
De
todo modo, a aceitabilidade do genocídio é um fato. O fatídico número
de meio bilhão apareceu outra vez este ano, no Fórum Econômico Mundial,
tratando do mesmo assunto do crescimento populacional, como mencionou
Paula Schmitt aqui. É preciso abrir o olho para esse monte de aspirante a
genocida que faz cara de paisagem.
Leia mais em:
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